A escultura em aço carbono de Antonio Spinosa é gráfica. Esta frase seria um absurdo, se escrita no século 19; e, de imediato, contestada. Isto porque até o século XX, a escultura era uma forma volumétrica no espaço.
Marcel Duchamp (1889-1968) fez a pergunta: o que é Arte? Quando em 1917, enviou um vaso sanitário como obra de arte para um salão, em Nova Iorque, sendo recusado. A pergunta de Marcel Duchamp continua viva até hoje nas mais profundas discussões contemporâneas.
Esta questão levou às demais: por que uma escultura devia ter volume? Assim nasceu a escultura sem volume, deitada no chão ou suspensa no ar, ou ainda inserida no teto, como faz Antonio Spinosa.
O artista chama uma série de suas esculturas de Fitas, outras a série é de Laços ou Chamas, mas a escultura percorre graficamente o espaço, muitas vezes tais grafismos escultóricos formam enigmas na parede, como folhas de cobre, até se tornarem painéis iluminados.
Finalmente, a escultura gráfica de Spinosa alcançou o teto, como ocorreu no ambiente decorado da Casa Cor, em um projeto de Arquitetura.
As escultura de Spinosa dialogam com os “Bichos” de Lygia Clark, sobem pelas paredes, ludicamente, brincam com as luzes do ambiente, são formas e fôrmas, verdadeiros aparelhos de significar suas cores firmes e fortes.
Alberto Beuttenmüller
Associação Internacional de Críticos de Arte