Orgânico, mágico e espiritual são atributos sempre presentes nas esculturas de Antonio Spinosa, que se convertem em obras de arte por meio de um processo automatizado, que transforma em massa a inspiração surgida de seu rico e belo interior.

Esta mostra hoje nos convoca e acrescenta ainda mais essa particularidade que tem Spinosa de abstrair as formas para logo corporizar a íntima estrutura do universo. É quente e acolhedora porque nos transporta a uma espécie de oásis, onde suas esculturas são atores principais desta paisagem radiante e tranquila.

Nestas obras o espírito flui, alegre, vivaz, abandonando a figura reconhecível para transformar-se em essência, energia viva. Elas vibram em ondas cadenciosas acompanhando algum som imperceptível. Materialidade etérea concebida em substância do aço, que se celebra na sublime paleta natural, se transformam em poesia que cresce em seu interior e se materializa com a habilidade do ofício.

Crescem e se reproduzem sem cessar porque estão alimentadas pela energia cósmica, a luz que irradia seu espírito, transmitem o júbilo com que foram fecundadas e estimulam calorosamente o espírito do espectador. São em síntese obras criadas para o gozo da alma.

Maria Perossa é pós-graduada em Perícia e Avaliação de Obras de Arte e Especialista em Indústrias Culturais. Nascida na Argentina, esteve no Brasil em 2014 para ser curadora da Exposição “Luz, Forma e Movimento” de Antonio Spinosa