Spinosa veio lá de cima, eu lá de baixo. Nascidos no mesmo ano, nos encontramos em São Paulo sem jamais nos conhecermos. Foi sua arte de construir amizades usando a gentileza como ferramenta que serviu de ponte para esta relação em cada palavra que escrevo.

Suas esculturas são nosso ponto de convergências, porque é para elas que o artista dedica todo seu tempo. Não marca hora para criar muito menos para descansar. É a partir delas que se comunica. Por isso, para entender sua personalidade é preciso acompanhar as curvas do aço e seu traçado no carbono. É ali que está a alma do artista forjado na cidade grande, onde buscou o conhecimento e amadureceu, refinando a sutiliza dos movimentos que fazia com um lápis no papel de criança.

Sempre que me coloco diante da beleza de uma das obras deste cearense com cara de cidadão do mundo, faço questão de repetir, em voz alta, na esperança de que o som chegue aos ouvidos do artista: prazer em conhecê-lo, Spinosa!

Mílton Jung, jornalista, âncora da rádio CBN e palestrante